Manifesto

As eleições na UFRJ constituem um momento ímpar de debates e posicionamento que devem envolver todos os membros da comunidade universitária. A despeito do curto tempo fixado pelo calendário eleitoral, A UFRJ QUE NÓS QUEREMOS vem compartilhar com toda a Universidade o lançamento da candidatura Godofredo e Lea Mirian para o quadriênio 2011 -2015 e socializar com a comunidade universitária algumas de suas ideias. Cientes de que um verdadeiro programa de gestão se constrói com a mais ampla participação de todos os que produzem cotidianamente a vida desta universidade, esta proposta, portanto, estará incompleta enquanto o debate propositivo com vistas à nova gestão da UFRJ não incorporar cada aluno, cada servidor e cada setor da sociedade.
Entendemos a Educação como um bem da Nação e a Universidade como a expressão de uma sociedade democrática e pluricultural onde se efetivam a solidariedade e o respeito às diferenças. Os bens materiais da UFRJ devem servir exclusivamente à formação de um alunado crítico e competente, que produza e divulgue conhecimento cultural, científico e técnico e promova estreita colaboração com a sociedade.
Entendemos que a UFRJ deve estar comprometida com a democracia do acesso à Educação Superior, daí a necessidade de uma indispensável e eficiente política de inclusão social. Nos últimos anos as Universidades Federais do Brasil inteiro construíram centenas de prédios com milhares de salas de aula e de laboratórios visando abrigar com qualidade seus cursos; criaram Centros de Convivência e de Pesquisa, alojamentos, restaurantes universitários e expandiram substancialmente seu número de alunos de graduação e de pós-graduação. A maioria dessas IFES se transformou em um verdadeiro canteiro de obras.
Neste mesmo período, a UFRJ recebeu vultoso aporte de recursos federais, o maior de sua história, para a construção de prédios, salas de aula e laboratórios, acompanhado de vagas docentes e de técnico-administrativos em educação, bem como um número importante de CDs e de FGs, para suprir os novos cursos e otimizar os cursos já existentes. Apesar disso, a aplicação de tais recursos não produziu os resultados esperados, particularmente em relação à infraestrutura. Hoje, existem os recursos necessários para efetuarmos o crescimento com qualidade na estrutura universitária.
Impõe-se, além da revitalização do atual Alojamento, a construção urgente de mais moradias estudantis na Ilha da Cidade Universitária, em Macaé e Xerém. O transporte para os estudantes deve ser melhorado.
É fundamental destacar a importância, principalmente para os alunos, mas igualmente para os técnico-administrativos em educação e docentes, a criação de uma assistência na área da saúde para a nossa comunidade.
Entendemos, ainda, que cabe precipuamente à Universidade contribuir para a qualidade dos Ensinos Fundamental e Médio, através da atualização de professores da rede municipal e estadual. Cabe à UFRJ cooperar de maneira decisiva para a erradicação do analfabetismo, incluindo o analfabetismo funcional no país, valorizando o ensino da língua portuguesa e das línguas estrangeiras e suas produções culturais. O fortalecimento das licenciaturas e a criação de mais Colégios de Aplicação irão contribuir, sobremaneira, para a aproximação acadêmica com o Ensino Básico. Isso, sem dúvida, será um estímulo para os nossos licenciandos e implicará o fortalecimento  dos nossos cursos de licenciatura, caracterizando-se como uma das ações mais nobres da UFRJ para o Brasil e, em particular, para o Ensino Básico do Rio de Janeiro.
Entendemos também que a atualização tecnológica de ponta deva incluir os alunos de todos os Centros. Uma avaliação constante de nossos cursos se impõe, fato, aliás, determinante para que a UFRJ protagonize em nível nacional, também na graduação em todos os cursos, os avanços tecnológicos de que o Brasil necessita. Entendemos que a UFRJ deve discutir os critérios de avaliação de pós-graduação nas diferentes áreas do conhecimento e atuar junto à CAPES visando ao aperfeiçoamento do atual processo.
Mas nossa qualidade acadêmica deve afirmar o compromisso com os movimentos sociais que vêm contribuindo para maior justiça no país. Assim, pois, essa sensibilidade às causas sociais deve andar ao lado do manejo de novíssimas tecnologias, como as desenvolvidas pela COPPE e parceiros, por exemplo, e de técnicas de trabalho.
A excelência acadêmica da UFRJ exige uma adequada infraestrutura, em todas as áreas e cursos. Dentre outras tarefas, faz-se urgente a construção de mais creches em todos os campi da Universidade e a construção de um ambiente de trabalho de respeito e de parceria entre as áreas administrativas. Para a área básica do CCS, por exemplo, cujas condições físicas de trabalho estão aquém da qualidade de ensino, pesquisa e extensão ali produzidos, poderá, após discussões com a comunidade, ser construído o “CCS 2”. O Complexo Hospitalar precisa ser redimensionado, principalmente com participação das unidades acadêmicas, considerando que os hospitais da UFRJ são campos de ensino e treinamento de vários alunos e técnicos de diversas áreas específicas. Atualmente, no estatuto provisório do Complexo Hospitalar, as Unidades Acadêmicas não constam do organograma, não tendo, portanto, atuação no cenário da promoção, da prevenção, assistência e ensino das ciências da saúde.
Dentro das prioridades deverão estar a atenção básica, através de programas de assistência às famílias e sociedade em geral, controlando os fatores de risco.
Necessário se faz a busca urgente de recursos para a construção de um novo Hospital, relembrando que o HUCFF possui os maiores especialistas do Brasil e é o maior Centro de treinamento de médicos de vários estados brasileiros.
Entendemos, ainda, que a Educação Superior na UFRJ, que deve se manter gratuita, exige uma qualificação dos profissionais em educação, docentes e técnico-administrativos em educação, segundo novas técnicas de gestão participativa que desburocratizem e modernizem o dia-a-dia da Universidade. Entendemos, outrossim, que as Fundações da UFRJ se subordinem, todas, ao interesse público e às finalidades da universidade, aperfeiçoando o controle público de suas ações e atividades.
A integração dos curricula deve ser incentivada se quisermos ser uma Universidade atualizada e competitiva. As Ciências Humanas e as Artes deverão balizar a nossa política e receber o destaque e o apoio necessários a formação de todos os  alunos da UFRJ, produzindo subsídios para enfrentar a crise de paradigmas epistemológicos e sociais do Século XXI.
O respeito ao Meio Ambiente nos nossos campi deve ser valorizado e caberá à Prefeitura a criação de uma Divisão voltada exclusivamente para esse assunto, responsável pela implementação de uma Gestão Planejada de Meio Ambiente e de Sustentabilidade. A liderança da UFRJ no cenário fluminense e nacional será apresentada no Fórum de Ciência e Cultura, que deve provocar e trazer à frente da cena os grandes temas da atualidade, sempre em estreita e orgânica cooperação com as Unidades de Ensino, Pesquisa e Extensão.
A construção de políticas públicas implica a constituição de novos saberes e novas práticas que logrem vencer a inércia e a concentração de poder. Na UFRJ essa descentralização deverá começar por uma autonomia orçamentária da PR1, da PR-2 (já existente), da PR5 e da PR6 a ser criada. A indispensável parceria estreita e fraterna com os dirigentes de todos os centros, bem como com as direções das Unidades e Institutos, também aponta nessa direção. O trabalho com os nossos Colegiados Superiores, cujos membros que deles participam vêem a sua carga de trabalho aumentada consideravelmente, será pautado pela fraternidade, pelo respeito da ampla representatividade e pelo princípio da Concertação, princípio do qual, diga-se, a equipe A UFRJ QUE NÓS QUEREMOS não abre mão.
Colegas servidores da UFRJ e alunos: nossas principais ideias para cada uma das áreas da universidade seguem em anexo. Entrem em contato conosco, enfrentemos juntos os desafios.