Indignação diante da ação abusiva dos aparelhos repressivos do Estado na manifestação pública frente à embaixada americana, na qual um grupo de 13 pessoas escolhidas aleatoriamente foi preso “em flagrante” sob a acusação de “crime de incêndio de prédio público”.
Entre os detidos encontra-se um adolescente, aluno do Colégio Pedro II e dois alunos da UFRJ.
Os fatos não coincidem com a acusação: uma bomba molotov foi arremessada numa porta de vidro da embaixada americana. Ninguém viu os responsáveis, apesar das câmeras de segurança espalhadas no entorno do prédio. Coincidentemente 10 dos acusados são os mesmos membros do PSTU a assinarem a convocação para a manifestação, publicada um dia antes dos acontecimentos.
Não há acusação formal individualizada, todos foram responsabilizados pelo ato, sendo impossível que 13 pessoas arremessem uma garrafa, em um verdadeiro processo kfkaniano, onde ninguém sabe exatamente pelo que é acusado. Isso revela o caráter arbitrário e político das prisões, incompatível com o exercício democrático do poder e afrontando o direito constitucional de livre manifestação.
Todos os detidos foram encaminhados para o sistema prisional: as mulheres para Bangu, os homens para presídio de Água Santa e o aluno do Pedro II para o centro de triagem Padre Severino.
Um ato arbitrário das forças repressivas!
Aguardamos a liberação dos presos políticos e nos solidarizamos com a angústia dos pais, familiares, amigos e companheiros que exigem a apuração dos fatos e por justiça.
No caminho com Maiakóvski
Eduardo Alves da Costa
"[...]
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
[...]"
ecos de um pensamento totalitário e de uma visão política antidemocrática, papel da polícia é defender o cidadão e não silenciá-lo!!!
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